sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Aditivos químicos alimentares – o que são, e que efeito tem sobre a saúde?




Os aditivos químicos são uma classe de substâncias químicas postas em alimentos processados para conferir-lhes cor, sabor, durabilidade e consistência. Isso é tudo que o público em geral saberia explicar sobre os aditivos: mas o que de fato são essas substâncias, a que quantidades nós devemos ingeri-las e quais são os efeitos colaterais de seu uso abusivo?

Primeiramente, os aditivos químicos devem passar por uma série de testes para determinar os seus efeitos gerais, não só os efeitos que o colocam na categoria de aditivo alimentar; há um destaque para os testes de toxicidade crônica, ou seja, quando há ingestão da substância estudada por um longo período de tempo.
Mas nem sempre esse sistema de testes consegue prever todos os efeitos que essas substâncias química tem na saúde humana.  

De modo geral, os efeitos colaterais dos aditivos químicos são câncer, hipersensibilidade alimentar e déficit de atenção com hiperatividade. Deve-se mencionar que gestantes, idosos e crianças menores de três anos estão a um maior risco de sofrer sintomas indesejáveis por não serem completamente capazes de processar e eliminar os aditivos embutidos nos alimentos. Cada aditivo, porém, tem os seus efeitos específicos. 

O que pode ser feito para prevenir consumo excessivo é checar as embalagens e preferir alimentos menos refinados ou processados, assim como consumir com parcimônia produtos cujas cores atentam para a presença de uma grande quantidade de corantes, como jujubas, gelatinas e outros doces artificiais. Evitar também alimentos com altas taxas de edulcorantes (adoçantes artificiais).

Se informe:
http://qnint.sbq.org.br/qni/visualizarTema.php?idTema=59

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Agrotóxicos podem estar por trás da diminuição da população das abelhas

Já é bastante conhecido o fato de que os agrotóxicos são extremamente prejudiciais à saúde e ao meio-ambiente; eles são famosos por causar danos à fauna, flora e recursos hídricos, e também causar diversos problemas à saúde humana. Sintomas típicos de intoxicação por agrotóxico incluem tremores, indisposição, cólicas abdominais, vertigem e dores de cabeça.


Mas os efeitos danosos desses produtos químicos não param por aí.

Recentemente, nos Estados Unidos e na Europa, a população de abelhas tem caído a níveis alarmantes. Apesar de algumas pessoas acharem as abelhas incômodas, elas na verdade possuem um papel fundamental na polinização. Sem as abelhas, a agricultura seria muito difícil ou até mesmo inviável. A queda do número desses insetos devido ao CCD, ou Colony Collapse Disorder (Disordem do Colapso de Colônia) é de fato um problema sério. Até pouco tempo atrás, não se sabia o que estava causando isso.



Porém alguns cientistas concluíram que a chave estava na suscetibilidade à infecção de um parasita chamado Nosema ceranae; quando infectadas, as abelhas saem da colmeia e simplesmente não retornam mais, matando por fim a colônia inteira. As abelhas expostas à agrotóxicos estão mais suscetíveis à infecção por esse parasita.

Os cientistas não chegaram a um consenso sobre qual seria esse agrotóxico, ou se seria uma combinação deles, ou até mesmo todos. Contudo uma classe denomina neonicotóides foi associada a uma maior taxa de mortalidade de abelhas e foi banido da Europa, em abril desde ano.

Em suma, os agrotóxicos além de prejudicar nossa saúde, estão prejudicando o equilíbrio ecológico ao ponto de causar uma crise de falta de alimentos.

Para saber mais:

http://www.institutoecofaxina.org.br/2013/08/cientistas-descobrem-o-que-esta-matando-as-
abelhas-e-e-mais-grave-do-que-se-pensava.html

http://www.semace.ce.gov.br/florestal/agrotoxicos/efeitos-nocivos-do-mau-uso-e-manejo-de-
agrotoxicos/

domingo, 1 de dezembro de 2013

Homeopatia e Fluoxetina no Tratamento de Depressão: Resultados e Efeitos Adversos

A depressão é uma doença mental de difícil tratamento, que pode ter causas diversas, tão diversas quanto os seus graus de seriedade. Além de diversos modos de terapia, também pode haver o tratamento medicamentoso, e um dos antidepressivos populares é o Fluoxetin (Fluoxetina), quem embora seja conhecido por ser eficaz, também traz vários efeitos adversos como tremor, ansiedade, anorexia, diminuição da libido e distúrbios do sono.

Em uma pesquisa feita no ano de 2009 pela USP e pela Faculdade de Medicina de Jundiai, a eficácia da medicação homeopática foi comparada à eficiência da fluoxetina em um estudo randomizado de não-inferioridade, ou seja, o objetivo do estudo era observar se a eficácia dos medicamentos homeopáticos era ou não inferior ao tratamento com fluoxetina. O projeto envolveu noventa e um pacientes com depressão moderada a grave, e teve duração de oito semanas.

Ao final do estudo, foi observado que as diferenças de eficácia entre os dois medicamentos não era estatisticamente significante, contudo o medicamento homeopático apresentava um número de efeitos colaterais bem menor do que o da fluoxetina. A recomendação final é que um estudo mais amplo fosse feito sobre o assunto, para comprovar a não-inferioridade da medicação homeopática.

Assim como terapia e antidepressivos, a homeopatia pode ser um poderoso aliado na luta contra a depressão. Em caso de depressão, consulte o seu médico homeopata e veja como ele poderá ajudá-lo.

Fontes

http://www.medicinanet.com.br/bula/detalhes/6266/reacoes_adversas_fluoxetin.htm
http://www.portaleducacao.com.br/farmacia/artigos/7770/fluoxetina-melhora-humor


sexta-feira, 15 de novembro de 2013

As 10 profissões que mais (e menos) atraem psicopatas


Segundo a publicação britânica The Week, CEO é a profissão que mais possui psicopatas

Ter um colega de trabalho psicopata pode ser mais comum do que se imagina  e isso não significa que alguém será cortado com uma serra elétrica. Falta de empatia, tendência à insensibilidade, desprezo pelos sentimentos de outras pessoas, irresponsabilidade, irritabilidade e agressividade são as principais características da psicopatia, um transtorno de personalidade antissocial.

A publicação britânica The Week divulgou duas listas: uma com as profissões que mais possuem psicopatas e outra com as que possuem menos psicopatas.

Vamos lá:

 Profissões com mais psicopatas

1° CEO
2° Advogado
3° Profissional de Mídia (TV/Rádio)
4° Vendedor
5° Cirurgião
6º Jornalista
7° Policial
8° Líder Religioso
9° Chef
10º Funcionário Público

Profissões com menos psicopatas

1° Cuidador
2° Enfermeiro
3° Terapeuta
4° Artesão
5° Estilista
6° Voluntário
7° Professor
8° Artista
9° Médico
10º Contador

O site da revista justifica o ranking da lista de profissões que possuem menos psicopatas. Segundo a publicação, essas atividades precisam de conexão humana e, por sua própria natureza, os psicopatas não seriam atraídos por elas. Por outro lado , a maioria das funções que atraem mais psicopatas requerem capacidade de tomar decisões objetivas, sem usar os sentimentos. "Psicopatas seriam atraídos para esses papéis e iriam prosperar", afirma a The Week.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Florais de Bach

O criador: Edward Bach
Nativo da Inglaterra, Edward Bach era um homeopata e patologista cujo interesse era aliviar o sofrimento humano. Em 1930 lançou o seu trabalho mais importante, entitulado os Florais de Bach; ele acreditava que as doenças eram causadas por emoções desequilibradas. Uma frase célebre de Bach diz que “não existem doenças, e sim pessoas doentes.”

Os Florais de Bach

Seguindo os conceitos de seu criador, os Florais de Bach não são remédios e não tratam doenças e sim procuram equilibrar o lado emocional do paciente, para, consequentmente, aliviar os sintomas e cessar sua continuação. Vários outros continuam o trabalho de Bach pela criação de novos sistemas com flores de outros países.

Lembre-se de que em caso de enfermidade, seu caso deve ser acompanhado por um médico qualificado para tratar os seus sintomas; os Florais de Bach são uma terapia alternativa feita para auxiliar o processo de cura e um profissional está mais qualificado para indicar o melhor Floral de Bach para o seu caso.


Para saber mais

domingo, 6 de outubro de 2013

O Dr. Price

 O Dr. Weston A. PRICE, dentista, estudou povos primitivos que viviam isolados da civilização ocidental, inclusive comunidades na Suiça e na Escócia, em vilarejos e aldeias afastados do centro da sociedade de suas nações. Algumas das culturas que o Dr. PRICE  estudou consumiam dietas que incluíam peixe, frutos do mar e caça
Outras culturas adotavam uma alimentação que incluía carne e laticínios produzidos a partir de animais domésticados. Algumas tinham dietas que incluiam frutas, cereais, legumes e vegetais. Outros grupos quase não consumiam alimentos que precisavam ser plantados. Algumas culturas tinham o hábito de comer alimentos crus, enquanto outras comiam basicamente alimentos cozidos. 
As dietas de todas essas culturas, entretanto, tinham certas características em comum: nelas não havia alimentos refinados, desvitalizados, tais como açucar branco ou farinha de trigo branca; não havia leite pasteurizado ou homegeneizado, alimentos de lata, óleo hidrogenado ou refinado.
Esses grupos isolados preservavam seus alimentos usando sal, fermentação e métodos de secagem, processos que conservam em grande parte o valor nutritivo do alimento.

Conclusões do Dr. PRICE
(décadas de 1930 e 1940)
1.Todas as chamadas dietas primitivas continham uma quantidade de minerais e vitaminas hidrossolúveis pelo menos quatro vezes maior que a dieta americana.
2. Todas essas dietas continham uma quantidade de vitaminas lipossolúveis pelo menos dez vezes maior que a dieta americana.
3.Nessas culturas isoladas as pessoas praticamente não perdiam os dentes e tinham uma alta resistência às doenças.
Dr. PRICE descobriu, também, que quando a civilização ocidental alcançou essas áreas remotas e a dieta passou a incluir alimentos processados e açucarados, o número de cáries aumentou ràpidamente. Não só a perda de dentes se acentuava , como as doenças em geral começaram a aumentar. Quanto mais refinada era a comida, mais depressa declinava a saúde dessas pessoas. 

 O Dr. PRICE aconselha:
  1. Escolha alimentos não manipulados, com seus nutrientes compactos.
  2. Evite alimentos processados ou refinados.
  3. Prefira alimentos frescos, em seu estado natural.

sábado, 7 de setembro de 2013

Os Hunzas

Sir Robert Mc Carrison médico e fisiologista ingles, chefe do Serviço Sanitário da India Britânica, por volta de 1947 fez inspeções na região dos Hunzas, um pequeno povo que vive nos vales quase inacessíveis do Himalaia. Ficou surpreso  quando notou que eles nem sequer tinham a noção de doenças. Sadios e fortes, os hunzas viviam na ignorância do mal físico e da morte que não fosse provocada pela velhice. Todos eram longevos.

Foi bastante fácil para o Dr.  Carrison compreender que a resistência do povo às bactérias, aos vírus e às toxinas, se relacionava com a sua dieta. Nunca sofriam do estômago nem do intestino. Mesmo os octogenários ignoravam qualquer enfermidade dos rins, do fígado, do coração, das artérias. Conservavam a vista e o ouvido perfeitos, dentes fortes e sadios, nervos firmes. Em suma: todas as características da juventude. 

Não conheciam os alimentos requintados da civilização ocidental: açucar industrial, café, chá, farinha branca, conservas. A única excessão era o sal, que usavam com parcimônia.

Dr. Carrison alimentou uns ratos com a comida típica de um bairro popular de Londres (alguns doces de farinha de trigo, conservas de frutas, carne, arenques, frituras e um pouco de hortaliças cozidas). Constatou que os bichinhos aos poucos adoeciam de todas as moléstias dos homens, tornavam-se nervosos, agressivos, inquietos, até se devorarem reciprocamente.

Os ratos alimentados conforme a dieta dos hunzas, conservavam-se sadios e sossegados.  Hoje a chamada dieta Hanser é conhecida em todo o mundo.
  A. BALBACH.
As Hortaliças na Medicina Doméstica, 1947

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A Pirâmide Alimentar

A famosa pirâmide alimentar foi concebida pela USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em 1992, e desde então se tornou um ícone como guia de nutrição. Mas estariam os seus ensinamentos corretos?
Alguns pontos são válidos: consumo diário de verduras e frutas é essencial para uma boa saúde, e restringir o consumo de doces é altamente recomendado.
Entretanto, será que o consumo de seis a onze porções diárias de massas ou pão, diariamente, irá fazer bem à saúde? E restringir a ingestão de todos os tipos de gordura e carne, também? Os nutricionistas que construíram a pirâmide pecaram pela simplificação de certas recomendações. “Gordura faz mal” e “carboidrato faz bem”.
Não necessariamente.
Certas gorduras são essenciais para a prevenção de doenças cardiovasculares, como por exemplo, a gordura poli-insaturada. A famosa – e popularmente conhecida como vilã – gordura saturada também é necessária para o nosso organismo, porém em quantidades um pouco menores. Carboidratos provenientes de alimentos refinados e processados, idealmente, nunca deveriam ser consumidos.
Qual é, então, a chave de uma boa alimentação?
Antes de tudo, é necessário reconhecer que cada pessoa possui necessidades diferentes e as regras mais simplistas de nutrição são, em sua maioria, falhas. A regra mais simples, porém, é a mais acertada: antes de tudo, devemos levar em consideração a origem dos alimentos e evitar alimentos processados.
Existem também outros tipos de pirâmides, mais adequadas que a feita pela USDA.
Pirâmide grega:
E a pirâmide do índice glicêmico:
Saiba mais:


quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O Eneagrama

O que é o Eneagrama?

É um sistema que descreve nove padrões de comportamento que se sobressaem na personalidade humana, cada um desses padrões possuindo os seus pontos fortes, e seus pontos fracos. O Eneagrama de personalidade é utilizado como ferramenta para melhorar os relacionamentos e comportamentos, e apesar de ser aparentemente simples, é considerado como extremamente importante na área da Psicologia, e já foi base para diversas teses de mestrado ao redor do globo.
Ninguém sabe ao certo como surgiu: há evidências de que ele é bem antigo, mas somente foi introduzido no Ocidente no século XX, por meio da obra do filósofo George Ivanovitch.
O Eneagrama descreve tipos de comportamento dominantes da personalidade humana: mesmo que se possua só um tipo principal, é comum se identificar com vários, se não todos, tipos. A seguir, há uma breve descrição de cada tipo de personalidade descrito pelo Eneagrama e link para um simples teste.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Meus amigos e amigas, vejam a síntese dos 10 mandamentos do sistema imunológico. Os primeiros mandamentos falam diretamente da alimentação. Um pouco de cuidado com sua dieta vai diminuir consideravelmente os momentos de adoecimento, de perturbação de sua saúde. Leia, reflita e faça o melhor que puder por você. Seja o seu próprio curador, para que você possa se cuidar primeiro e então cuidar dos outros. 


domingo, 14 de julho de 2013

Sobre a dengue

A dengue está aí, continua maltratando e matando. Previna-se usando a Homeopatia. A imunidade não é total, mas nenhuma vacina o é. Entretanto, o seu organismo fica muito mais resistente ao vírus, caso você fique doente a enfermidade será fraca e sem complicações.

  • Eupatorium per.  C 30
  • Phosphorus        C 30
  • Crotallus hor.      C 30

Usar 10 gotas apenas uma vez. A medicação poderá ser repetida no próximo ano, no período de chuvas.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Os quatro princípios da Bioética

Respeito à autonomia


Entende-se por autonomia a capacidade de um indivíduo de tomar decisões por si próprio, e respeitar a autonomia do paciente é o primeiro princípio da bioética. Isso quer dizer que um médico não pode forçar certa intervenção seu paciente, e o indivíduo em questão é livre para escolher o seu tratamento de acordo com o seu conhecimento e suas crenças. 

É de extrema importância, porém, que o médico forneça as informações corretas e necessárias para a tomada de boas decisões, sem ser paternalista, ou seja, sem negar ao paciente a liberdade de expressar os seus desejos, medos e necessidades. 

No Código Brasileiro de Ética Médica, o médico deve obter o consentimento informado do paciente antes de executar qualquer espécie de tratamento, salvo quando houver eminente perigo de vida.

Deve ser ressaltado que esse princípio só existe quando o enfermo for autônomo e perfeitamente capaz de tomar decisões; caso contrário, um parente ou um representante legal com os melhores interesses do incapacitado em mente e habilidade de entender as informações deve tomar qualquer decisão e fazer qualquer escolha. 

A não-maleficência


Esse princípio se refere ao fato de que o médico não deve, sobre hipótese nenhuma, causar dano. Ou seja, se não houver possibilidade de cura, então médico deve ao menos evitar causar algum mal ao seu paciente.
Podemos tomar por dano as seguintes ações (embora a lista de danos não seja restrita somente às que serão citadas): matar, causar dor ou sofrimento, incapacitar, ofender ou negar bens necessários à vida.
Devemos nos lembrar de que os princípios não absolutos, mas que em conjunto, devem funcionar em perfeita harmonia. Para ilustrar isso de forma prática, podemos usar como exemplo a quimioterapia.
A quimioterapia é um tratamento devastador, com efeitos colaterais que são dolorosos e causam sofrimento não só aos pacientes, mas também às suas famílias. Se o princípio da não-maleficência fosse absoluto, milhares de pessoas morreriam de câncer pois seriam negadas acesso à quimioterapia; o médico pode ter como prioridade o princípio da beneficência, que é de fazer o bem, que nesse exemplo é curar os pacientes com câncer.
Entretanto, em alguns casos, a não-maleficência deve preponderar, quando há risco de morte devido ao tratamento ou quando as chances de curas são por demais diminutas para justificar o dano causado pela quimioterapia.

A Beneficência


De uma forma bem sucinta, o princípio da beneficência é agir em prol do benefício dos outros. Existem, porém, dois tipos de beneficência: a geral, que é destinada a todas as pessoas indistinta e imparcialmente. Já a específica, relacionada com a ética biomédica, significa beneficência em relação a pessoas com as quais se mantém algum tipo de relacionamento especial (família, amigos).
O médico possui o dever de cumprir esse princípio perante a sua relação com o paciente, estabelecido pelo juramento hipocrático.
Como vimos anteriormente, embora os princípios de beneficência e não-maleficência sejam parecidos à primeira vista, eles complementam um ao outro, e não são absolutos, cabendo ao médico se utilizar deles de forma de justa, o que nos leva ao quarto e último princípio.

Justiça


Há várias definições e formas de justiça. A  justiça formal, por exemplo, que é igualitária e diz que, como pessoas, temos os mesmos direitos e obrigações. Um exemplo de justiça formal seria uma mãe distribuindo bolo para os seus quatro filhos: cada um deve receber um pedaço igual.
Entretanto, esse conceito de justiça é falho se aplicado à medicina. Dar o mesmo remédio a quatro enfermos com doenças diferentes pode ser igualitário, mas também é equivocado, pois doentes diferentes necessitam de tratamentos diferentes.
Entra aí outro conceito de justiça que se aplica melhor à prática da medicina: a justiça equitativa, ou seja, a distribuição de bens de acordo com a necessidade. As doenças não são iguais e os afetados por ela, também não, portanto a premissa da justiça formal de que todos são iguais se prova falsa e ela não funcionará.
A justiça formal supõe que os indivíduos já são iguais, e a equitativa promove a distribuição de bens para que os indivíduos se tornem iguais. Na medicina, a justiça é aplicada em direção à cura.
Voltando ao caso da mãe, se um dos filhos estava faminto há três dias e o outro, satisfeito, havia acabado de comer uma refeição, a justiça formal seria falha, pois um filho continuaria sendo mais privilegiado que o outro. Receber os mesmos pedaços não igualará uma situação entre dois indivíduos que não são iguais.
É possível dizer, então, que a justiça pertinente à bioética é a distribuição de bens visando à cura dos pacientes, de acordo com as suas necessidades.

Texto adaptado do livro Bioética, por Daleri Dall’Agnol.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Os três modelos de medicina

Tecnocrático

  1. Separação mente e corpo
  2. O corpo é visto como uma máquina
  3. O paciente é visto como um objeto
  4. Alienação entre médico e paciente
  5. Diagnose e tratamento de fora para dentro (curando doenças, reparando disfunções)
  6. Organização hierárquica e padronização de atendimento
  7. Autoridade e responsabilidade inerentes ao médico, e não ao paciente
  8. Supervalorização da ciência e da tecnologia
  9. Intervenção agressiva com ênfase em resultado a curto prazo
  10. A morte é encarada como uma derrota
  11. Um sistema dirigido pelo lucro
  12. Intolerância com outras modalidades
Princípio básico subjacente: Separação
Tipo de pensamento: unimodal, cerebral esquerdo, linear

Humanístico ou Biopsicossocial

  1. Mente e corpo como uma unidade
  2. O corpo como organismo
  3. O paciente como sujeito relacional
  4. Conexão e afetividade entre médico e paciente
  5. Diagnóstico e tratamento de fora para dentro e de dentro para fora
  6. Equilíbrio entre as necessidades da instituição e do indivíduo
  7. Informação, tomada de decisões e responsabilidade compartilhadas entre profissional e cliente
  8. Ciência e tecnologia contrabalanceada com humanismo
  9. Focalização na prevenção de doenças
  10. Morte como resultado aceitável
  11. Cuidado compassivo
  12. Mente aberta diante de paradigmas alternativos de tratamento
Princípio básico subjacente: equilíbrio e conexão
Tipo de pensamento: bimodal

Holístico

  1. Corpo, mente e espírito como uma unidade
  2. O corpo é um sistema de energia ligado com outros sistemas de energia
  3. Cura a pessoa "inteira", no contexto de sua vida como um todo
  4. Médico e paciente como uma unidade essencial
  5. Diagnose e cura de dentro para fora
  6. Estrutura organizacional em reder, que facilita a individualização do atendimento
  7. Autoridade e responsabilidade inerentes a cada indivíduo
  8. A ciência e a tecnologia são colocadas à serviço do indivíduo
  9. Uma focalização que objetiva criar e manter a saúde a longo prazo
  10. A morte é encarada com uma etapa de um processo
  11. Admite várias modalidades de cura
Princípio básico subjacente: conexão e integração
Tipo de pensamento: multimodal, cerebral-direito e fluído

O Espectro Médico

Modelo Tecnocrático>>><<< Modelo Humanístico>>><<< Modelo Holístico

Tabela retirada do livro "From Doctor to Healer: The Transformative Journey" de Robbie Davis-Floyd e Gloria St. John, tradução retirada de Memórias do Homem de Vidro, por Ricardo Jones

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Por que as crianças francesas não tem déficit de atenção


Artigo: classificar o transtorno, tratar como doença e entupir as crianças de remédios pode transformar precocemente comportamentos sociais em sintomas médicos 

Nos Estados Unidos, pelo menos 9% das crianças em idade escolar foram diagnosticadas com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), e estão sendo tratadas com medicamentos. Na França, a percentagem de crianças diagnosticadas e medicadas para o TDAH é inferior a 0,5%. Como é que a epidemia de TDAH, que tornou-se firmemente estabelecida nos Estados Unidos, foi quase completamente desconsiderada com relação a crianças na França?
TDAH é um transtorno biológico-neurológico? Surpreendentemente, a resposta a esta pergunta depende de você morar na França ou nos Estados Unidos. Nos EUA, os psiquiatras pediátricos consideram o TDAH como um distúrbio biológico, com causas biológicas. O tratamento preferido também é biológico — medicamentos psicoestimulantes, tais como Ritalina e Adderall.
Os psiquiatras infantis franceses, por outro lado, veem o TDAH como uma condição médica que tem causas psicossociais e situacionais. Em vez de tratar os problemas de concentração e de comportamento com drogas, os médicos franceses preferem avaliar o problema subjacente que está causando o sofrimento da criança; não o cérebro da criança, mas o contexto social da criança. Eles, então, optam por tratar o problema do contexto social de fundo com psicoterapia ou aconselhamento familiar. É uma maneira muito diferente de ver as coisas, comparada à tendência americana de atribuir todos os sintomas de uma disfunção biológica a um desequilíbrio químico no cérebro da criança.
Os profissionais franceses não usam o mesmo sistema de classificação de problemas emocionais infantis utilizado pelos psiquiatras americanos. Eles não usam o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders ou o DSM. De acordo com o sociólogo Manuel Vallee, a Federação Francesa de Psiquiatria desenvolveu um sistema de classificação alternativa, como uma resistência à influência do DSM-3. Esta alternativa foi a CFTMEA (Classification Française des Troubles Mentaux de L’Enfant et de L’Adolescent), lançado pela primeira vez em 1983, e atualizado em 1988 e 2000. O foco do CFTMEA está em identificar e tratar as causas psicossociais subjacentes aos sintomas das crianças, e não em encontrar os melhores band-aids farmacológicos para mascarar os sintomas.
Na medida em que os médicos franceses são bem sucedidos em encontrar e reparar o que estava errado no contexto social da criança, menos crianças se enquadram no diagnóstico de TDAH. Além disso, a definição de TDAH não é tão ampla quanto no sistema americano, que tende a “patologizar” muito do que seria um comportamento normal da infância. O DSM não considera causas subjacentes. Dessa forma, leva os médicos a diagnosticarem como TDAH um número muito maior de crianças sintomáticas, e também os incentiva a tratar as crianças com produtos farmacêuticos.
A abordagem psicossocial holística francesa também permite considerar causas nutricionais para sintomas do TDAH. Mais especificamente, como o comportamento de algumas crianças piora após a ingestão de alimentos com corantes, certos conservantes, e/ou alérgenos. Os médicos que trabalham com crianças com problemas — para não mencionar os pais de muitas crianças com TDAH — estão bem conscientes de que as intervenções dietéticas às vezes podem ajudar. Nos EUA, o foco estrito no tratamento farmacológico do TDAH, no entanto, incentiva os médicos a ignorarem a influência dos fatores dietéticos sobre o comportamento das crianças.
E depois, claro, as filosofias empregadas na educação infantil norte-americana e francesa são muito díspares. Estas filosofias divergentes poderiam explicar por que as crianças francesas são geralmente mais bem comportadas do que as americanas. Pamela Druckerman destaca os estilos parentais divergentes em seu recente livro,Bringing up Bébé. Acredito que suas ideias são relevantes para a discussão, pois o número de crianças francesas diagnosticadas com TDAH em nada se assemelha aos números que estamos vendo nos Estados Unidos.
A partir do nascimento dos filhos, os pais franceses oferecem um firme cadre — que significa “matriz” ou “estrutura”. Não é permitido, por exemplo, que as crianças tomem um lanche quando quiserem. As refeições são em quatro momentos específicos do dia. Crianças francesas aprendem a esperar pacientemente pelas refeições, em vez de comer salgadinhos, sempre que lhes apetecer. Os bebês franceses também se adequam aos limites estabelecidos pelos pais. Pais franceses deixam seus bebês chorando se não dormirem durante a noite, com a idade de quatro meses.
Os pais franceses, destaca Druckerman, amam seus filhos tanto quanto os pais americanos. Eles os levam às aulas de piano, à prática esportiva, e os incentivam a tirar o máximo de seus talentos. Mas os pais franceses têm uma filosofia diferente de disciplina. Limites aplicados de forma coerente, na visão francesa, fazem as crianças se sentirem seguras e protegidas. Limites claros, eles acreditam, fazem a criança se sentir mais feliz e mais segura, algo que é congruente com a minha própria experiência, como terapeuta e como mãe. Finalmente, os pais franceses acreditam que ouvir a palavra “não” resgata as crianças da “tirania de seus próprios desejos”. E a palmada, quando usada criteriosamente, não é considerada abuso na França.
Como terapeuta que trabalha com as crianças, faz todo o sentido para mim que as crianças francesas não precisem de medicamentos para controlar o seu comportamento, porque aprendem o auto-controle no início de suas vidas. As crianças crescem em famílias em que as regras são bem compreendidas, e a hierarquia familiar é clara e firme. Em famílias francesas, como descreve Druckerman, os pais estão firmemente no comando de seus filhos, enquanto que no estilo de família americana, a situação é muitas vezes inversa.
Tradução por Jeanne Pilli, do blog Cultivando o Equilíbrio
* Artigo publicado originalmente no site da revista norte-americana Psychology Today,aqui a continuação do debate (e aqui, traduzido)