Artigo adaptado de As
doenças que mais venderão em 2012, autorado por Martha Rosenberg
A indústria farmacêutica é, de fato, uma indústria visando o
lucro acima de qualquer coisa, inclusive da saúde de seus clientes. Um terço da
população dos Estados Unidos toma antidepressivos, estimulantes e estatinas. A
doença se tornou uma forma de se obter lucro e a cura agora é um empecilho,
pois pessoas saudáveis não gastam dinheiro com remédios. Os laboratórios não só
geram uma população de hipocondríacos; eles também falham em prover curas reais
para doenças reais.
Nem todas as doenças são boas o suficiente para receber
atenção da indústria farmacêutica... Elas devem atender a cinco critérios:
- Existir, obviamente. Mas precisa ter diagnóstico impreciso, ou seja, possuir uma área de manobra na quais os médicos possam trabalhar.
- Ser potencialmente séria, com sintomas supostamente silenciosos que “piorarão” com o tempo, caso a doença não seja tratada.
- Ser rara. Se fibromialgia fosse tão popular quanto a gripe, por exemplo, certamente os remédios para “tratar” da doença não seriam tão caros.
- Explicar problemas de saúde anteriores.
- Necessitar de uma droga cara, que não possua equivalente genérico.
Aqui está uma lista das doenças que as empresas
farmacêuticas gostariam que você adquirisse.
Déficit de Atenção com
Hiperatividade em Adultos
Isso mesmo. Agora hiperatividade não é só mais uma doença
infantil, agora que a moda da “depressão” passou e convenientemente, os índices
de DDAH dobraram em mulheres de 45 a 65 anos e triplicou em homens e mulheres
de 22 a 44 anos, de acordo com o Wall Street Journal.
Tanto a DDAH como a depressão pode englobar vários
“sintomas”. Uma pessoa não pode simplesmente estar bravo, triste ou preocupado.
Ela está depressiva. Assim como uma pessoa com DDAH pode ser menos responsável,
confiável ou autoconfiante... O que pode descrever boa parte da população que
por incrível que possa parecer, é completamente saudável.
Temos aí a doença perfeita. De diagnóstico impreciso e
sintomas extremamente abrangentes, a indústria farmacêutica pode facilmente
convencer crianças (e seus pais) a tomarem medicamentos para Déficit de
Atenção. Entretanto, isto é apenas
metade da solução. Há ainda para se descobrir uma forma de crianças com déficit
de atenção continuar a tomar o remédio em sua vida adulta.
A manipulação não só acontece nos anúncios de TV ou
outdoors, mas também com a disseminação de artigos “científicos” que não são
confiáveis, porém são de fácil acesso à população geral. Temos, por exemplo, o
site WebMD, considerado manipulativo por profissionais como o Dr. Phillip
Sinaikin que expressa que o site é “simplesmente o pior tipo de manipulação da
indústria farmacêutica”.
Artrite Reumatoide
A Artrite Reumatoide (AR) é uma doença tão perigosa quanto o
seu tratamento. A doença inflama articulações, tecidos adjacentes e órgãos,
enquanto os supressores imunológicos designados para o tratamento aumentam as
chances de o doente contrair câncer, infecções fatais e tuberculose. Em 2008, a
FDA anunciou que 45 pessoas que consumiam supressores imunológicos morreram
devido a infecção por fungos, e ainda investigou a relação entre um deles com
linfoma, leucemia e melanoma em crianças. Em 2012, foi anunciado que essas
drogas podem causar um raro tipo de câncer nas células sanguíneas brancas em
jovens.
Há alguns anos, os critérios para o diagnóstico de AR eram a
presença do fator reumatoide e inflamações, esses critérios caíram para apenas
enrijecimento e dor, sintomas que qualquer atleta ou pessoa de mais idade pode
sofrer sem necessariamente possuir AR.
As drogas imunossupressoras são, então, prescritas, sem
necessidade e a preços exorbitantes.
Fibromialgia
A fibromialgia é uma doença caracterizada por dores
inexplicáveis no corpo. Pouco relatada e potencialmente muito dolorosa, a
doença carece de cura, mas duas grandes empresas farmacêuticas lucram rios de
dinheiro com a fabricação de medicamentos aprovados para a condição: um
anticonvulsivo e um antidepressivo, primeiramente indicado para a “dor” física
da depressão, antes de ser aprovado para o tratamento de fibro.
Os fabricantes estão felizes com a alta margem de lucro de
ambos os medicamentos, e talvez até mesmo os compradores estivessem, fosse o
caso desses medicamentos não possuírem efeitos adversos tão intensos.
Usuários do antidepressivo relatam desejo de cometer
suicídio, além de calafrios, problemas maxilares e problemas nos olhos. Já os
que tomam o anticonvulsivo relatam perda de memória, confusão, ganho de peso,
queda de cabelo, capacidade comprometida de dirigir automóveis, desorientação,
espasmos, entre outros sintomas. Existem pacientes que tomam os dois
medicamentos.
Disfunções do Sono
Não bastando a definição inicial de insônia, a indústria
farmacêutica decidiu então criar subtipos da doença para mais eficientemente
“tratá-la.” Entre os subtipos mais lucrativos, se encontram.
- Insônia no meio da noite
Um sonífero popular para esse tipo de insônia caracterizada
por momentos conscientes no meio da noite tem como um de seus efeitos
colaterais, o sonambulismo. As pessoas afetadas comem, dirigem, fazem ligações
e falam e não se lembram de nada do que fizeram depois.
- Sonolência excessiva e transtorno do sono por turno de trabalho
A Sonolência Excessiva durante o Dia, ou SED, é uma doença
real e pouco reconhecida, cujas causas podem variar de apneia do sono a
narcolepsia. Mas as corporações farmacêuticas sugeriram que talvez a SED esteja
relacionada ao estilo de vida, ou nesse caso, os horários de trabalho.
Para a felicidade dos laboratórios, estimulantes contribuem
com a insônia, que contribuem para a SED, e então se entra em um ciclo
farmacológico que se precisa de soníferos para dormir e estimulantes para
acordar.
- Insônia que é depressão
Distúrbio do sono causado por depressão, ou depressão
causada por distúrbio do sono? Difícil dizer, por isso os pacientes lutando
contra ambos os problemas devem tomar o dobro de medicamentos, naturalmente.
De acordo com o site WebMD, pacientes deprimidos com insônia
saem melhor se tratados com
antidepressivos e soníferos.
Muitas das novas doenças de massa caem nessa mesma
armadilha. Para vender mais, as corporações misturam novos medicamentos aos
velhos, que possuem baixa eficácia, vendendo demais e curando de menos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário